No Brasil, a presença feminina no agronegócio está em ascensão. Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, o número de mulheres liderando negócios rurais aumentou 38% entre 2006 e 2017, totalizando 947 mil empreendedoras. Elas predominam na produção de lavouras temporárias (42%) e na pecuária e criação de animais (39%).
Em Minas Gerais, as mulheres têm recebido apoio e estímulo por meio de iniciativas e projetos do Sebrae Minas, o que tem destacado cada vez mais seu potencial empreendedor e competência no setor agrícola.
A gerente de Agronegócios do Sebrae Minas, Priscilla Lins, destaca: “O Sebrae Minas reconhece o potencial das mulheres como agentes de transformação no agronegócios e vai continuar trabalhando para fortalecer e ampliar seu papel nesse setor tão importante para a economia de Minas e do país. São iniciativas que levam conhecimento gerencial, acesso a inteligência de dados e estímulo à liderança, contribuindo não só para a autonomia econômica das mulheres no ambiente rural, mas também para o desenvolvimento sustentável das comunidades e melhoria da qualidade de vida no campo”.
Joice Luiza Appelt, de Paracatu, no Noroeste de Minas, é um exemplo de mulheres que encontraram seu espaço no agronegócio. Formada em Turismo e Hotelaria e em Educação Física, ela temporariamente assumiu a Agroappelt, empresa familiar de produção de grãos, para cobrir licença maternidade de uma funcionária. “Entrei no agronegócios para ficar por quatro meses, mas tomei gosto e nunca mais saí”, conta.
Com o passar do tempo, Joice percebe uma abertura gradual para as mulheres no setor, tradicionalmente dominado por homens. No entanto, ela enfatiza que essa aceitação ainda está fortemente vinculada às questões de poder. “Dependendo da posição hierárquica que você tem dentro da empresa, a diferença de gênero não conta muito. Porém, o que deveria ser realmente levando em conta é o conhecimento, a competência e a liderança, seja ela homem ou mulher, em qualquer área de atuação”, reflete.
Joice e outras produtoras rurais se uniram para promover a participação das mulheres no agronegócio. Em 2020, com o apoio do programa Sebrae Delas, criaram o Filhas do Agro, uma rede que capacita e empodera mulheres em comunidades rurais. O projeto oferece treinamentos em gestão, liderança e inovação, visando transformar as mulheres em agentes de mudança em suas comunidades.
“O Filhas do Agro surgiu da necessidade de termos um grupo coeso que pudesse trocar ideias, experiências e conhecimento, e aumentar o nosso poder de barganha em negociações do setor. Seja na fazenda, nas empresas, nas associações ou em cooperativas, a participação das mulheres no segmento passa pelos pilares do conhecimento, informação e capacitação”, explica ela.
Fonte: Sebrae Minas