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Sabrina Sato (Foto: Reprodução/Internet)

Sabrina Sato (Foto: Reprodução/Internet)

Saúde
EXCLUSIVO!

Caso Sabrina Sato: Como a perda gestacional pode afetar a saúde mental das mulheres

Após caso da apresentadora repercutir nas redes sociais, psicanalista esclarece impactos e como lidar com momento difícil

Nesta quarta-feira (06), a notícia de que Sabrina Sato perdeu seu bebê, fruto da relação com Nicolas Prattes, durante a 11ª semana de gestação veio à tona e chamou atenção do público. Essa situação reforçou a importância de se discutir o impacto da perda gestacional na saúde mental das mulheres.

Em entrevista exclusiva ao FEED, o psicanalista e professor sênior da Associação Brasileira de Psicanálise Clínica (ABPC), Artur Costa, esclareceu sobre como pode ser esse período complicado.

“Após um aborto, é comum a mulher vivenciar uma série de reações emocionais intensas, como tristeza profunda, culpa, raiva e vazio. Esses sentimentos podem se manifestar como luto intenso, ansiedade, insônia e até sintomas de depressão, refletindo a profundidade do vínculo criado com a expectativa da maternidade”, detalhou o profissional.

Questionado sobre a diferença desse impacto em casos de gravidez tardia, ele pontuou: “Para mulheres com mais de 40 anos que tentam engravidar, o impacto emocional pode ser ainda mais forte, devido à consciência da limitação biológica do tempo. Nesses casos, o aborto representa não apenas a perda do bebê, mas também o temor de que o sonho da maternidade possa não se realizar, especialmente se novas tentativas se tornarem mais difíceis”.

Vale recordar que Sabrina Sato tem 43 anos de idade e já é mãe de Zoe, fruto do antigo casamento com Duda Nagle.

Além disso, Artur Costa abordou como o luto pode se manifestar: “O luto em idade avançada é, muitas vezes, agravado pela pressão social e pessoal de ‘correr contra o tempo’. Mulheres mais velhas podem ainda enfrentar julgamentos e comentários que reforçam sentimentos de fracasso e culpa, intensificando o sofrimento. Quando esse luto se prolonga a ponto de afetar atividades diárias, relacionamentos e o bem-estar geral, é sinal de que apoio psicológico pode ser necessário. Sinais como culpa persistente, isolamento, perda de prazer em atividades e pensamentos recorrentes sobre o aborto indicam que a mulher deve buscar ajuda profissional”.

Para enfrentar a fase difícil, o psicanalista aponta para o cuidado com a saúde mental e o apoio das pessoas ao redor. “A pressão para tentar engravidar novamente também pode aumentar o sofrimento, tornando essencial que a mulher tenha tempo para processar o luto antes de considerar novas tentativas. A terapia e o apoio emocional são fundamentais para ajudá-la a reconhecer e respeitar seus próprios limites. Esse apoio deve ser oferecido por familiares e amigos de forma sensível, evitando frases que minimizem a dor ou pressionem para uma nova tentativa. O respeito ao tempo de luto da mulher e a escuta empática são fundamentais para um suporte adequado e sem estigmas”.

Diferente de muitas outras mulheres, no entanto, personalidades como Sabrina Sato precisam lidar com a exposição pública e os comentários na internet – que nem sempre são agradáveis -, o que pode potencializar ainda mais o sofrimento da situação.

“Para mulheres públicas, como Sabrina Sato, o impacto de um aborto pode ser ampliado pela exposição, o que pode dificultar o processo de luto. A cobrança acerca de especulações e esclarecimentos agrava o sofrimento, tornando essencial o apoio psicoterapêutico e a criação de um ambiente seguro para que possam lidar com essas dificuldades em seu próprio tempo”, completa Artur.

Por fim, o profissional volta a chamar atenção para a importância e eficácia da terapia nesses casos. “A terapia ajuda a trabalhar as emoções associadas à perda e a reconstruir a autoestima, trabalhando a aceitação. O impacto emocional de um aborto não se restringe apenas à mulher: o parceiro também pode ser profundamente afetado. Apoio mútuo e comunicação aberta são essenciais para que o casal enfrente o trauma, e, em alguns casos, a terapia de casal pode auxiliar ambos a expressarem sua dor e a se fortalecerem no processo de cura”, concluiu.

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