Na última quinta-feira (11), tiveram início os desfiles da São Paulo Fashion Week. Em entrevista exclusiva ao repórter Felipe Reis, Paulo Borges, o criador do evento, falou sobre o SPFW e se manifestou sobre a presença excessiva de famosos na passarela.
“Eu acho que é do princípio da moda, eu falo que o Brasil tá construindo esse negócio da moda, essa economia criativa que a moda vive, se inspira, respira, se transforma, consome…”, iniciou ele.
Questionado a respeito da presença de tantas celebridades no evento, fator que vem crescendo a cada ano, Paulo opinou: “Primeiro, eu acho que tem que ter uma conexão com a marca que tá ali. A gente vê muitas celebridades, muitos famosos, muitos influencers em todas as semanas de moda. Mas na grande maioria sentada na plateia, porque tem uma ligação e um desejo com a marca. Não necessariamente tem que estar desfilando”, declarou.
Em seguida, o idealizador do SPFW ainda reflete: “Mas o ponto em questão é: quem é que de fato deve estar na passarela? É o estilista, é a roupa. Então antes de mais nada, é a roupa que tem que estar ali. A roupa tem que ser o assunto principal. Então quando você erra a mão e coloca celebridades demais, isso pode tirar a sensação de quem tá assistindo, não só de quem consome, mas da própria imprensa de moda do que é que se trata”.
Paulo Borges ainda reforça que o grande protagonista do evento é a roupa. “Um influenciador, influenciadora, uma celebridade, um artista, enfim, de que área seja, ele não pode estar lá e se tornar o estilista. Se tornar a coleção, porque daí dá tudo errado. Começa a entrar em um campo cinzento”
O profissional não deixou de relembrar a importância das modelos – sendo o Brasil o berço de muitas das maiores modelos do mundo. “Cadê as modelos? O Brasil lançou no SPFW as supermodelos profissionais. Eu acho que a gente precisa fazer essas correções de rota”.
Por fim, Paulo garante que está alertando sobre o assunto: “Eu falo, estou falando sobre tudo isso. Sobre castings, sobre timing. Porque esse é o meu papel desde o começo”.